quinta-feira, 25 de julho de 2013

desvivo


O ar voltava a sufocar Maroca.

Não aguentava mais aquele cheiro podre que vinha daquela boca, os dentes eram podres, cheio de vermes e crostas de sujeira. Um cheiro a pão misturado com saliva pairava embaixo de seu nariz, e a ânsia surgia.
Resolveu então recostar-se nos ombros daquele homem pra ver se a nausea passava, que nada, suas axilas transpiravam um cheiro fétido, como de um cadáver, era um morto vivo, ali ao seu lado, lhe fazendo carinho. Ao mesmo tempo ela se perguntava, para que quero um morto? Não sentia seu coração, o olhar era gélido, e o fedor insuportável.
Desde o início foi assim, porém ela fingia ver rosas perfumadas ao seu redor para que a vida não fosse tão dura.
Tolice sua, adiou o inadiável.

Ganhou algumas coisas com isso mas não sabe mais de nada.

Afastou-se de tal corpo fétido, frio e morto.

E agora não sabe o que fazer. Só sabe que tem que viver, ou quem sabe rezar para tal corpo um dia pulsar sangue em seu corpo.


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